Mudanças e permanências nos padrões de participação política no Brasil: análise longitudinal do envolvimento político dos brasileiros (1988-2013)

21/07/2016 16:23

Diversos estudiosos do comportamento político, sobretudo os que se dedicam a análises sobre democracias consolidadas, têm identificado, nos últimos anos, uma mudança consistente nos padrões de participação política nos regimes ocidentais. A partir de distintas matrizes teóricas e empíricas, esses pesquisadores têm identificado um crescente desencanto com as instituições centrais dos regimes democráticos efetivamente existentes, tais como os partidos e os parlamentos, desencanto que tem se materializado nas quedas das taxas de filiação partidária, de sindicalização e até mesmo de comparecimento eleitoral. Em síntese, o descontentamento estaria gerando gradual e consistente afastamento dos cidadãos dessa dimensão institucionalizada da vida política democrática. Em paralelo a essa constatação, esses mesmos pesquisadores identificam a emergência e a proliferação de novas formas de envolvimento ou engajamento político, com destaque para as formas associativas e as várias modalidades de protesto, tais como manifestações, boicotes e ocupações, além de modalidades institucionais, como (em especial no Brasil) os Conselhos, Orçamentos Participativos, e as Conferências. Esses dois fenômenos – o refluxo da participação “convencional” e o crescimento das “novas formas de participação” – são entendidos como fenômenos complementares que alguns têm associado ao desenvolvimento de um padrão de cidadania crítica em escala mundial. A presente pesquisa se propõe a uma investigação longitudinal que, focalizando um amplo leque de modalidades de participação, pretende identificar as mudanças e alterações nos padrões de participação política entre os brasileiros.